Eu, Deficiente


Nasci de um jeito
Um Jeito especial
Eu tenho síndrome de down

Eu não sou alérgico
Eu não sou patético

Eu sou paraplégico

Eu não consigo te dar um abraço
Eu não consigo dar laço
Eu nasci sem meus braços.

sim, somos diferentes
Somos deficientes
Mas também somos gente!


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Quem sou eu

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SANTA Mª DA BOA VISTA, PE, Brazil
Sou muito simples. Gosto de amizade sincera. Adoro o Deus que sirvo e amo minha família. Tenho Licenciatura em geografia desde 2000. Concluir minha pós em 2004 na área de Psicopedagogia, Sou concursada como professora de 1ª a 4ª e como professora de 5ª a 8ª em Geografia. Tenho experiência de 4 anos na Biblioteca Municipal da minha cidade. Trabalho como professora de educação Especial desde 1996, sou pioneira da área de educação Especial de santa Maria da Boa Vista.Atualmente, faço Atendimentos de AEE Infantil para 10 alunos de 3 a 9 anos, matriculados no Ensino Regular. Hoje posso dizer que realmente achei meu lugar, profissionalmente falando: Sou professora de Educação Especial com orgulho!!!

domingo, 4 de abril de 2010

O FONOAUDIÓLOGO e a Inclusão

Flávia e Lucas(aluno do DAP do Projeto Fulgêncio)


Frente ao novo paradigma da inclusão de crianças especiais no ensino regular, o fonoaudiólogo cada vez mais tem exercido papel fundamental na orientação dos educadores sobre o papel da linguagem no processo de alfabetização. Encontramos no discurso dos educadores falas como "ele não fala, como vai poder escrever e acompanhar a turma?", "como posso eu trabalhar com ele sem deixar os outros de lado?". Essas falas mostram o quanto essas crianças permanecem à margem do processo escolar, tanto por suas dificuldades específicas, tanto pela dificuldade do professor em acolhê-las. É nesse momento que o fonoaudiólogo entra em cena acolhendo esses alunos, orientando os educadores e abrindo possibilidades de significação para as "coisas sem sentido" que trazem esses alunos.
Vemos assim que o fonoaudiólogo não é aquele que apenas identifica sintomas clínicos dentro da escola (via triagens) e encaminha essas crianças para o atendimento clínico. Nosso objetivo vai além disto. Propomo-nos ser parceiros da escola, acolhendo as angústias dos educadores, dos pais e das crianças. O fonoaudiólogo atua na possibilidade de circular sentidos, significantes que, às vezes, se mostram fixos na fala dos pais e educadores, como por exemplo "ele não vai aprender nada porque tem Síndrome de Down". Será que a criança precisa ficar nesta posição ou ela pode ganhar outro lugar?

Como diz a Ana Cláudia Navarro Lins, "um lugar na escola faz diferença". As crianças quando estão na escola, se beneficiam do encontro com a cultura, com a troca e com a circulação social que a escola prevê e na maioria das vezes as crianças participam com as outras crianças e suas necessidades são tão especiais quanto às de qualquer criança: aprender, brincar, desenhar, contar histórias.
É muito difícil para as pessoas envolvidas com a criança, pais e educadores, lidar com os diferentes impasses que a criança com necessidade educativa especial passa. Ás vezes, elas estacionam no seu processo de aquisição e desenvolvimento da linguagem oral e/ou escrita. Esses alunos escapam à possibilidade de serem significados no discurso da equipe justamente por apresentarem comportamentos estranhos ao ideal do educador que não consegue mais dar sentido para as produções da criança. /Imagem1344.jpg"> Flávia ( Fonoaudióloga)


O fonoaudiólogo procura, nesse sentido, apontar para outras possibilidades, acompanhando e orientando a equipe de como a linguagem pode passar a circular na fala da criança e do outro que a acompanha nesse processo. É necessário que acompanhemos tanto o aluno quanto à equipe. Apostamos que o professor possa ser "companheiro" da linguagem dessas crianças. Que ele reconheça na fala da criança, nos gestos, no próprio "erro", a presença da criança, de um sujeito na linguagem. Essa posição da criança pede apenas interpretação e não forma de superação.
É assim que esperamos contribuir com o conhecimento da Fonoaudiologia, da linguagem, passando a considerar essas crianças também em sua subjetividade e não se limitando as suas dificuldades orgânicas.
Referências bibliográficas
• ARANTES, L. Erro sintomático (ou não): a questão diagnóstica. In: Letras de Hoje, Porto Alegre, v. 39, nº 3, p. 337-344, setembro, 2004.
• ANDRADE, L.; CARNEVALE, L. Níveis de descrição lingüística na abordagem de falas de crianças com retardo de linguagem. In: Letras de Hoje, Porto Alegre, v. 39, nº 3, p. 331-336, setembro, 2004.
• COUDRY, M. H. Diário de Narciso. São Paulo: Martins Fontes, 1988.
• DE VITTO, M. F. Fonoaudiologia: no sentido da linguagem. São Paulo: Cortez, 1994.
• MARIOTTO, R. M.M. Fonoaudiologia e Psicanálise: do que é possível no impossível da clínica terapêutica da linguagem. 2001, Tese de Mestrado, Universidade Tuiuti do Paraná, Curitiba.
• VIEIRA, C. H. O sujeito entre a Língua e a Linguagem. São Paulo: Lovise, 1997.
• VIEIRA, C.H.; FONSECA, S.C. A afasia e o problema de convergência entre abordagens clínicas. In: Distúrbios da Comunicação. São Paulo: Educ, 2004.

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