Eu, Deficiente


Nasci de um jeito
Um Jeito especial
Eu tenho síndrome de down

Eu não sou alérgico
Eu não sou patético

Eu sou paraplégico

Eu não consigo te dar um abraço
Eu não consigo dar laço
Eu nasci sem meus braços.

sim, somos diferentes
Somos deficientes
Mas também somos gente!


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Quem sou eu

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SANTA Mª DA BOA VISTA, PE, Brazil
Sou muito simples. Gosto de amizade sincera. Adoro o Deus que sirvo e amo minha família. Tenho Licenciatura em geografia desde 2000. Concluir minha pós em 2004 na área de Psicopedagogia, Sou concursada como professora de 1ª a 4ª e como professora de 5ª a 8ª em Geografia. Tenho experiência de 4 anos na Biblioteca Municipal da minha cidade. Trabalho como professora de educação Especial desde 1996, sou pioneira da área de educação Especial de santa Maria da Boa Vista.Atualmente, faço Atendimentos de AEE Infantil para 10 alunos de 3 a 9 anos, matriculados no Ensino Regular. Hoje posso dizer que realmente achei meu lugar, profissionalmente falando: Sou professora de Educação Especial com orgulho!!!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

TEXTOS QUE AJUDAM A LUTAR!


"Se não tivéssemos voz nem língua, mas apesar disso desejássemos manifestar coisas uns para os outros, não deveríamos, como as pessoas que hoje são surdas*, nos empenharmos em indicar o significado pelas mãos, cabeça e outras partes do corpo?"
(Sócrates, no Crálito de Platão)
*Originalmente o texto refere-se aos surdos como mudos. Tomei
a liberdade de atualizar o vocabulário, pois este caiu em desuso.
"Uma mudança na linguagem pode transformar nossa avaliação do cosmo."(Benjamin Lee Wolf)

"Não há opção, porque a questão configura-se nos seguintes termos: A linguagem se aprende, mas não pode ser ensinada."
(Carlos Sánchez)
Aluno do DAP- Genilson-surdo

Natasha Kriladov, nos escreve um poema sobre sua vitória contra a
escuridão e o isolamento através do poder da linguagem das mãos:
"Me dá a mão que direi quem és. Na minha escuridão e silêncio entendo tudo que terias escondido de mim. Tuas mãos, mais que as palavras, me falam tudo o que não dizes: a angústia ou raiva trêmula, amizade ou mentira. Sinto tudo pelo toque de uma mão estranha e amiga. Vejo tudo na minha escuridão e silêncio. Me dá a mão que direi quem és."
(Extraído do filme: "As Borboletas de Zargorsk"[Os Transformados])
Natasha Kriladov, surda-cega, casada com Yuri(ouvinte), mãe, ucraniana, formada em filosofia e psicologia. Estudou na escola para educandos com necessidades especiais de Zargorsk (na antiga URSS). Hoje trabalha como psicóloga infantil em zargorsk, além de ensinar inglês na mesma escola.



Trechos do livro "O Vôo da Gaivota" Emmanuelle Laborrit - Atriz surda:"Recuso-me a ser considerada excepcional, deficiente. Não sou. Sou surda. Para mim, a língua de sinais corresponde à minha voz, meus olhos são meus ouvidos. Sinceramente nada me falta. É a sociedade que me torna excepcional..."
"A gaivota cresceu e voa com suas próprias asas. Olho do mesmo modo com que poderia escutar. Meus olhos são meus ouvidos. Escrevo do mesmo modo que me exprimo por sinais. Minhas mãos são bilíngües. Ofereço-lhes minha diferença. Meu coração não é surdo a nada neste duplo mundo..."
"Sabia que gritava, mas os gritos nada significavam para minha mãe ou meu pai. Eram, diziam eles, gritos agudos de pássaro do mar, como uma gaivota planando sobre o oceano. Então, apelidaram-me de gaivota." "Mamãe dizia 'ontem'... e eu não entendia onde estava ontem, o que era ontem. Amanhã também. E não podia perguntar-lhe. Sentia-me impotente. Não tinha consciência do tempo que passava. Havia luz do dia, a escuridão da noite, mais nada. Tenho minha imaginação, e ela tem seus barulhos em imagens. Imagino sons em cores. Meu silêncio tem, para mim, cores. Nunca é preto ou branco."

Sobre a importância do contato da criança surda com o surdo adulto e o acesso precoce a Língua de Sinais, Emmanuelle Laborrit, diz:"Imagine que você tenha um gatinho a quem nunca foi mostrado um gato adulto. Ele vai tomar-se por um gatinho eternamente. Imagine que esse gatinho viva apenas com cães, ele acreditará que é o único gato existente. Ele vai se esgotar na tentativa de se comunicar na língua dos cães. Consiguirá transmitir algumas mímicas para os cães: comer, beber, medo e ternura, submissão ou agressividade; mas será muito mais feliz e equilibrado com todos os seus. Crianças e adultos, falando a língua dos gatos."


No ano de 1198 o Papa Inocêncio III autorizou o
matrimônio de uma pessoa surda, argumentando que:

"Ela não pode falar, mas em sinais pode se manifestar".


"Quando eu aceito a língua de outra pessoa eu aceitei a pessoa... Quando eu rejeito a língua, eu rejeitei a pessoa porque a língua é parte de nós mesmos...
Quando eu aceito a Língua de Sinais, eu aceito o Surdo, e é importante ter sempre em mente que o Surdo tem o direito de ser Surdo."
(Terje Basilier)

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